Nos últimos anos a inadimplência escolar cresceu em todo o país: 22% no ensino infantil, fundamental e médio; e 38% no ensino superior. A tendência foi de diminuição do número de alunos e, consequentemente a demissão de professores e funcionários.
Apesar das características intrínsecas das instituições de ensino, elas não deixam de ser um negócio e a geração de lucro é essencial para a sua manutenção.
Muitas são as dúvidas sobre como aumentar o número de matrículas, reter os alunos e diminuir a evasão escolar, fazer parcerias, fazer investimentos em melhorias físicas e de gestão e um dos principais desafios é lidar com a inadimplência escolar.
O cenário atual da economia brasileira é turbulento e exige que as instituições estejam atentas mais do que nunca, com os índices de inadimplência na escola. O momento é delicado tanto para a instituição quanto para os pais e responsáveis. O índice de desemprego ainda continua alto e a renda das famílias tem caído nos últimos anos e isso impacta para o aumento da inadimplência escolar.
A hora é de usar a criatividade e disposição para sentar à mesa e apresentar propostas, ajudando a manter os alunos na escola e evitando salas vazias.
É necessário efetuar a cobrança, mas como fazer isso sem abalar as bases de relacionamento construído? Uma cobrança mal planejada pode por fim à matrícula do aluno e acabar com a possibilidade de indicação de novos estudantes, mas em contrapartida a saúde financeira da instituição tem de se manter vigorosa.
Então, como cobrar mensalidades atrasadas de forma eficaz, sem constranger o aluno ou comprometer a relação com sua família? Como combater e controlar a inadimplência escolar? O melhor que a instituição pode fazer é por em prática algumas algumas estratégias que reduzem significativamente a inadimplência e estar informada sobre o que diz a legislação.
1 – O que diz a legislação sobre a inadimplência escolar
O vínculo contratual firmado entre escolas e estudantes (ou, no caso, seus responsáveis) é regido pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) e pela Lei 9.870, de 1999. Em caso de inadimplência, ambos os dispositivos são claros e proíbem quaisquer sanções pedagógicas contra os alunos.
1.1 – Escola particular pode recusar matricula de aluno inadimplente?
Sim, instituições privadas de ensino podem se recusar a matricular alunos inadimplentes. Essa afirmação é comprovada no Art. Art. 5º da Lei 9.870/99 que versa sobre as anuidades escolares.
Art. 5º Os alunos já matriculados, salvo quando inadimplentes, terão direito à renovação das matrículas, observado o calendário escolar da instituição, o regimento da escola ou cláusula contratual.
1.2 – Escolas particulares podem se recusar a aplicar provas ou reter documentos de alunos devedores?
Não, as escolas são proibidas de submeter o aluno ou os pais a qualquer tipo de constrangimento em virtude da falta de pagamentos. Veja o que diz o Art. 42º do Código de Defesa do Consumidor CDC Lei 8.078/90:
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Já a Lei 9.870/99, que dispõe sobre o valor total das anuidades escolares em seu Art. 6º, estabelece que:
Art. 6º São proibidas a suspensão de provas escolares, a retenção de documentos escolares ou a aplicação de quaisquer outras penalidades pedagógicas por motivo de inadimplemento, sujeitando-se o contratante, no que couber, às sanções legais e administrativas, compatíveis com o Código de Defesa do Consumidor, e com os arts. 177 e 1.092 do Código Civil Brasileiro, caso a inadimplência perdure por mais de noventa dias.
1.3 – Escolas privadas podem se negar a dar a transferência para alunos inadimplentes?
Não, escolas particulares não podem se negar a conceder quaisquer documentos necessários para a transferência do aluno para outras instituições de ensino. No entanto, a lei permite que se faça cobrança dos pagamentos em aberto, por meio de notificações, protestos ou ações judiciais.
O Art. 5º da 9.870/99 em seu parágrafo § 2o diz que os estabelecimentos de ensino fundamental, médio e superior deverão expedir, a qualquer tempo, os documentos de transferência de seus alunos, independentemente de sua adimplência ou da adoção de procedimentos legais de cobranças judiciais
1.4 – Mas em relação aos devedores, o que é permitido fazer?
A partir do descumprimento do contrato (que prevê a quitação de todas as mensalidades em dia), a escola poderá efetuar o desligamento do aluno ao final do ano letivo, e tomar medidas judiciais contra os pais para recuperar o valor devido.
Como você pôde perceber, a legislação orienta sobre as medidas a serem tomadas em casos extremos de inadimplência. No entanto, para elaborar um plano de ação eficaz e desenraizar essa prática em sua instituição, você precisa saber diferenciar os tipos de inadimplentes.
Existem devedores recorrentes, da mesma forma que existem bons clientes que simplesmente estão enfrentando dificuldades, e que acabam atrasando os pagamentos por conta disso. Há ainda os que se esquecem de quitar suas obrigações em dia.
Sabemos que atrasos de qualquer espécie são difíceis de lidar, até porque todos têm prazos a cumprir e a escola não é exceção, especialmente em relação à folha de pagamento dos colaboradores. Porém, é preciso ter jogo de cintura e agir com de forma direcionada e personalizada.
Confundir um inadimplente recorrente com um pai ou uma mãe que está passando por um momento ruim pode significar a perda irreversível de um cliente, de um parceiro e do potencial de compra que ele representa.
2 – Por que acontece a inadimplência escolar
Geralmente, a inadimplência escolar acontece pela falta de controle financeiro do estudante ou de sua família (ou seja, do pai, mãe ou outro responsável pelo pagamento da escola), e também por ciclos econômicos de crise, onde as famílias, infelizmente, acabam abrindo mão das escolas particulares, por não conseguirem arcar com os custos das mensalidades.
Porém, nem sempre a inadimplência escolar está totalmente relacionada à família ou aos responsáveis pelos estudantes. Falhas na gestão escolar — como falta de políticas de cobrança bem estabelecidas e gestão financeira ineficiente — podem gerar inadimplência por parte dos alunos.
Para evitar que isso aconteça, é fundamental se precaver oferecendo condições que não prejudiquem a escola, ao mesmo tempo em que não levem à desistência por parte da família.
3 – Principais problemas gerados pela inadimplência escolar
A inadimplência escolar é um problema que atinge 90% das instituições de ensino, principalmente no 2º semestre, sendo um dos principais fatores responsáveis pelo fechamento das escolas. Isso porque toda escola precisa de recursos financeiros para se manter em funcionamento e oferecer educação de qualidade para os seus alunos.
Esses recursos vêm principalmente do pagamento da mensalidade por parte dos pais e responsáveis. Dessa forma, na hora de realizar o planejamento financeiro anual da sua instituição, você conta com a entrada de determinada quantia de dinheiro para cumprir os seus objetivos.
No entanto, a inadimplência prejudica profundamente o seu planejamento e o fluxo de caixa da sua escola, afinal, é uma quantia em dinheiro que não chega até o caixa da organização na data planejada. O resultado? Você acaba não cumprindo seus objetivos, podendo até mesmo ter as suas atividades comprometidas.
Além disso, a inadimplência escolar prejudica o relacionamento da escola com os pais e responsáveis pelos alunos. É possível, por exemplo, que eles passem a evitar o ambiente escolar por saberem do seu débito com a instituição, prejudicando o acompanhamento em relação aos estudantes. Uma dívida mal cobrada também afeta o relacionamento, trazendo riscos na hora da renovação da matrícula e para a imagem da sua escola perante a comunidade.
4. Aposte nos benefícios da negociação
Qual seria, então, a melhor abordagem para lidar com essa situação de forma a preservar o respeito mútuo e a cordialidade?
Para começar, o departamento financeiro precisa receber treinamento adequado. A abordagem dos devedores deve ser feita de forma respeitosa, já que a agressividade tende a criar barreiras além das que já existem.
Você não quer criar uma barreira a mais. Você quer estabelecer um diálogo e abrir espaço para negociação!
É preciso que a escola esteja disposta a construir uma saída em conjunto com os pais, pois o objetivo é que a situação evolua, saindo do ponto de estagnação. Alguns exemplos de ações que podem levar a um acordo:
- ouvir e ponderar as explicações oferecidas;
- abrir mão dos juros;
- parcelar o saldo devedor;
- oferecer desconto caso o pagamento seja efetuado à vista.
Para chegar a um acordo justo e satisfatório, ambas as partes precisam focar a solução e não o problema.
5. Automatize a gestão financeira
Automatize as operações financeiras por meio de um sistema de gestão escolar, como o Delta. Com ele, a instituição ganha tempo e produtividade em uma série ações, como no controle de despesas, geração de relatórios e diagnósticos e gerenciamento de matrículas.
A utilização do sistema é um simplificador desde a geração das mensalidades até seu envio ao banco e processamento do retorno bancário com as baixas automáticas. O envio de SMS, e-mails, informações no portal do aluno online, emissão de 2ª. Via de boleto e notificações no aplicativo escolar são facilitadores que, permitem a diminuição da inadimplência.
Além disso, um sistema de gestão escolar permite que a instituição centralize todas as informações sobre os seus alunos em uma mesma plataforma. Isso possibilita acompanhar aqueles que estão inadimplentes e os que estão em dia com a mensalidade. Essa facilidade faz com que você crie planos de ação mais rápidos e efetivos no caso de inadimplência, evitando que os atrasos se acumulem e gerem muitos juros, o que dificulta o pagamento.
Muitas ferramentas permitem o cadastro de clientes, contratos, controle do envio de boletos e dos pagamentos. Esses programas também permitem o cálculo dos juros em casos de atrasos.
Dessa maneira, é possível controlar melhor as finanças e os cadastros dos alunos, evitando a rematrícula de um inadimplente. Essa sistematização também permite controlar melhor o fluxo de caixa, pagar os salários em dia e reservar um valor para imprevistos.
5.1 – Adote a mensalidade via boleto bancário
O boleto bancário é um método de pagamento com o qual todos já estão familiarizados em suas rotinas. Além de ser simples, na grande maioria dos casos, pode ser pago por meio do internet banking, evitando o deslocamento até o banco e perda de tempo em filas.
Ou seja, adotar essa como uma das possíveis formas de pagamento das mensalidades facilita a vida dos pais e responsáveis, atuando como uma ferramenta eficaz na redução da inadimplência escolar. Vale lembrar que o boleto bancário pode ser entregue via correio e também pode ser enviado por e-mail — o que, inclusive, reforça o lembrete para os pais.
5.2 – Utilize diversos canais de comunicação
Cada pessoa tem preferência e utiliza com mais frequência determinado canal de comunicação. Há pais e responsáveis que acessam o portal do aluno com periodicidade, enquanto alguns checam seu e-mail diariamente. Existem também os pais que preferem acessar e receber informações financeiras através do aplicativo escolar, e no caso da DeltaClass, o aplicativo permite o acesso ao código de barras do boleto para que o pagamento também possa ser efetuado no aplicativo do banco e envia notificações para lembrete dos títulos que estão vencendo e vencidos. Outros pais ainda preferem o método tradicional de receber os boletos pelo correio.
Desse modo, utilizar diversos canais de comunicação para enviar o boleto de cobrança e lembrar os responsáveis do vencimento da mensalidade do estudante é uma estratégia eficaz para diminuição da inadimplência escolar na sua instituição. Isso garante que eles receberão as suas notificações, evitando atrasos e não pagamento das mensalidades.
6. Defina regras para pagamento
Outra forma de reduzir a inadimplência escolar é por meio da definição de regras claras de pagamento da mensalidade no ato da matrícula. Ao estabelecer o contrato com os pais e responsáveis pelos seus alunos, é importante deixar claro o valor e as formas de pagamento que a sua instituição de ensino aceita.
Além disso, é importante explicitar quais são os prazos de vencimento estabelecidos e as punições e multas no caso de atrasos ou não pagamentos. Assim, você passa aos responsáveis todas as informações relevantes para que eles façam um planejamento financeiro familiar com antecedência.
7. Conceda descontos de adimplência
Você pode criar descontos progressivos ou benefícios na próxima matrícula para as pessoas que fizerem o pagamento da mensalidade em dia. Inclusive, quem pagar antecipadamente pode ganhar cupons para a participação de uma espécie de sorteio mensal ou ganhar um desconto adicional.
Essa é uma forma de estimulá-los a continuar pagando as mensalidades em dia, mesmo em situações de dificuldade financeira.
8. Conceda vantagens aos bons pagadores
Seguindo a dica anterior, para acabar com a inadimplência escolar, você também pode criar um plano com pontuações anuais. Um exemplo de ação nesse sentido é o acúmulo de determinada quantidade de pontos para cada mensalidade paga em dia.
Você também pode criar pontos para alunos que tenham boas notas e não faltam às aulas. A união dessas ações permite que os pais e estudantes troquem esses pontos por benefícios ou premiações no fim do ano letivo. Esse prêmio pode ser a primeira mensalidade/matrícula do ano seguinte, materiais escolares ou outras vantagens que a instituições achar mais adequadas.
9. Classifique os alunos por grupos
Os seus alunos têm diferentes perfis, assim como orçamentos familiares distintos. Alguns alunos pagam a mensalidade sozinhos enquanto outros contam com a ajuda dos pais e assim por diante. Nesse contexto, existem aqueles alunos que atrasam o pagamento de maneira crônica, enquanto outros apresentam inadimplências esporádicas. Você também pode ter estudantes que têm dívidas maiores acumuladas por mais de um mês.
Uma boa gestão escolar é aquela que tem controle desses fatores, avaliando as particularidades de cada situação.
Separar os alunos por grupos de tipo de inadimplência, valor da dívida, renda familiar e perfil de pagamento pode auxiliar na criação de negociações personalizadas para cada um desses diferentes grupos.
10. Crie roteiros de cobrança
Uma cobrança mal feita pode gerar problemas de relacionamento com os seus alunos e responsáveis por eles. Tendo isso em mente, criar um roteiro de cobrança é essencial para atuar de maneira efetiva no combate a inadimplência escolar.
Não tenha medo de cobrar no caso de atrasos ou não pagamento. Porém, defina um responsável por esse processo e padronize a atividade. Crie métodos de cobrança de acordo com o perfil do aluno e o valor da dívida, assim como tempo de inadimplência.
Busque também entender o porquê do atraso e quem é o principal responsável pelo pagamento da mensalidade, conversando diretamente com essa pessoa. Tome o cuidado para realizar a cobrança de maneira pessoal e nunca exponha os seus estudantes em sala de aula.
10.1 – Comece com uma base forte!
Na realidade a preparação para esse tipo de operação acontece no momento em que você define as pessoas que vão estar à frente da equipe de atendimento.
Muito antes de pensar em um roteiro é necessário pensar bem sua equipe. É preciso que o operador tenha um controle emocional grande, uma vez que vai lidar com vários tipos de clientes, nem sempre amistosos. Além disso, é preciso investir em treinamento, para desenvolver cada vez mais o poder de negociação dos seus colaboradores.
Trabalhar a postura do atendente e sua comunicação vai dar mais segurança tanto para ele, quanto para o cliente que está sendo abordado.
Para oferecer uma experiência cada vez mais agradável para o cliente e empoderar o atendente durante a operação, muitos call centers abandonaram a ideia de montar scripts para seus agentes.
Você deve estar se perguntando: “qual a diferença” ?
Um roteiro para recuperação de crédito tem por objetivo de direcionar o operador, dando a ele insumos para interagir com o cliente e proporcionar uma conversa. Nada de frases feitas. A interação é o foco principal.
Com o script as coisas são um pouco diferentes. Seu objetivo é definir exatamente o que o atendente deve falar, replicando a mesmíssima mensagem para todos os clientes. Seu foco é simplesmente passar uma mensagem, não importando se foi efetivamente transmitida.
Como disse anteriormente, no caso das operações de cobrança, as conversas tendem a ser mais sérias e requerem mais atenção. Fica claro que o script não pode ser uma opção, não é mesmo?
Vamos então a montagem do roteiro para recuperação de crédito!
10.1.1 – Antes mais nada, você precisa ter em mente com quem vai conversar.
Busque entender quem está do outro lado da linha, suas características principais e como você pode usá-las à seu favor. Pode não parecer, mas uma palavra mal colocada, ou uma característica ignorada podem ser a diferença entre um acordo amigável e uma ligação desastrosa.
Procure saber a quanto tempo aquela pessoa é um cliente, levante dados de outras ligações, os horários que costuma atender, tudo isso contribui na hora de definir seu público alvo e criar seu roteiro.
10.1.2 – Saiba tudo sobre a dívida !
Ainda falando sobre dados, deixe a disposição do operador todas as informações sobre a dívida que está sendo cobrada. Já houveram negociações? Qual o valor da dívida? Qual a origem dessa dívida?
A pessoa responsável pela cobrança deve se munirem de todas as informações, não para “ganhar a discussão” com o cliente, mas para obter o mínimo de segurança e assertividade durante a conversa.
Reforce com eles também a necessidade de manter as informações atualizadas e claras na base de dados. Assim você evita ligações desnecessárias, repasse de valores errados e se certifica de que aquele é realmente o contato certo.
10.1.3 – Escute o que o cliente tem a dizer!
Como estamos tratando de uma conversa, outro ponto a ser lembrado é dar espaço para o cliente falar também. Entenda o ponto de vista dele e suas ponderações, ouça-o com atenção. Entretanto também é preciso saber dosar e não deixar que o rumo da conversa se perca.
Para ser um bom ouvinte não basta apenas escutar, mas internalizar o que aquela pessoa está nos falando. Quantas vezes nós não nos perdemos do que o outro fala porque estamos formulando nossa próxima resposta?
Isso tudo é muito importante pois, apenas saturar o cliente com ligações constantes não o deixará mais propenso a pagar a dívida e sim a se esquivar ao máximo das próximas ligações.
Preze pela educação, empatia e assertividade. Um tratamento respeitoso sempre traz benefícios, em qualquer situação.
10.1.4 – Esteja preparado para todo tipo de resposta!
Justificativas para a falta de pagamento vão aparecer aos montes com certeza! Algumas facilmente podem ser resolvidas outras, podem deixar o operador em uma situação difícil. Situações como essas precisam estar em um bom roteiro para recuperação de crédito.
Para esses casos, tente prever questionamentos e justificativas que possam surgir por parte do cliente e desenvolva respostas. Mas deixe claro que as coisas só poderão ser resolvidas mediante a algum pagamento do cliente, afinal de contas o motivo da conversa ainda é a inadimplência escolar.
10.1.5 – A abordagem e a linguagem também são cruciais
Ao fazer um roteiro para operação de cobrança você deve ter em mente que a abordagem não deve ser acusatória. Muito melhor é mostrar ao cliente uma oportunidade de recuperar novamente seu crédito. O operador deve convencê-lo de que é um bom negócio para ele quitar aquela dívida, retirar o nome do cadastro de inadimplência e ter novamente sua tranquilidade.
Lembre-se que uma linguagem adequada não precisa ser excessivamente formal e carregada de termos complexos.
10.1.6 – Aprenda com quem faz todos os dias
Traçar um roteiro para recuperação de crédito não pode ser, de maneira nenhuma, algo definitivo. Se possível, construa esse modelo com a colaboração das pessoas que estão trabalhando com você. Quem melhor para dar sugestão do que as pessoas que estão em contato com os clientes todos os dias? A experiência delas pode te proporcionar ideias maravilhosas para serem colocadas em prática!
Você também vai precisar ter em mente que o roteiro sozinho não garante uma boa operação. Existem diversos fatores que podem influenciar negativamente e positivamente para um funcionamento de sucesso. Atente-se a sua gestão, ferramentas, o espaço utilizado e até mesmo a motivação da equipe. Dessa forma você pode alcançar grandes resultados!
11. Terceirize a cobrança dos atrasados
É comum que os pais venham até a direção da escola para conversar sobre mensalidades atrasadas. É claro que cada situação é única. A preocupação com o aluno deve ser equilibrada com as necessidades financeiras da escola. Uma vez que ela pode ir à falência se relevar a situação de todos.
Uma forma de não cair em tentações nesse sentido é terceirizando a cobrança das mensalidades atrasadas para um setor ou empresa específica, responsável apenas pelas questões financeiras da sua organização. Outra boa alternativa é usar um sistema de gestão escolar para fazer a cobrança automatizada, evitando que a relação pessoal prejudique o fluxo de caixa da sua instituição.
12. Renegocie a dívida
Exigir o pagamento da dívida sem levar em consideração a realidade financeira atual da família é um processo extremamente ineficaz. Isso pode inclusive aumentar o seu índice de inadimplência escolar. Portanto, utilize ferramentas de renegociação da dívida com os alunos inadimplentes para aumentar a eficácia das suas ações.
Ofereça também mais de uma forma de pagamento — cartões de crédito, débito automático em conta, cheque ou boletos, por exemplo. Além disso, converse com o responsável pelo pagamento da dívida e ofereça a possibilidade de divisão do débito em parcelas que ele possa realmente pagar.
Defina uma política de negociação de débitos com régua e alçadas de descontos: termos de confissão de dívida; inclua parcelamento (dentro do ano letivo); meios de pagamento (boleto, cartão, dinheiro).
Esgote as opções de cobrança extrajudicial antes de seguir para o jurídico: o processo judicial é caro e moroso.
Dessa forma, você aumenta a probabilidade de receber o dinheiro, adaptando as condições de pagamento à realidade da família. Isso faz com que você evite processos judiciais futuros que, além de prejudicar o seu relacionamento com os pais, são desgastantes e onerosos para a sua instituição.
13. Seja parceiro do seu aluno
Você pode ajudar o seu aluno a honrar seus compromissos financeiros.
Quando faltar 15 dias para o vencimento, envie um e-mail ou uma mensagem pelo celular informando a proximidade da data e os benefícios que ele terá com o pagamento no prazo. Assim, você manterá uma rotina administrativa eficiente e construirá um relacionamento próximo entre escola e contratante.
14. Utilize os meios que defendem as empresas
Se você já fez a renegociação da dívida e o pagamento foi efetuado, ótimo. Mas deixe claro que, se esse estudante novamente deixar de pagar as mensalidades em um curto prazo, a instituição poderá bloquear a rematrícula. E, caso o problema persista, cobrará o valor na Justiça.
A escola também pode incluir o aluno ou responsável legal nos cadastros dos órgãos de proteção ao crédito. Essas entidades enviam uma carta aos devedores, que muitas vezes ficam preocupados com a negativação do nome e quitam suas dívidas.
É imprescindível deixar claro para pais e alunos que a instituição de ensino é séria, busca promover a capacitação profissional e, para isso, precisa de recursos para funcionar.
Resumindo: faça um contrato explicativo, ofereça benefícios para os que pagam em dia e tenha uma gestão escolar eficiente.
15. Redija um contrato explicativo
O documento que formaliza a aquisição do curso precisa ser o mais transparente e minucioso possível.
Ao redigir o contrato, assegure-se de que haja uma cláusula específica sobre parcelas em atraso esclarecendo as possíveis consequências da falta de pagamento, como multas e cobranças por meios judiciais. Se necessário, contrate um especialista em contratos, para que todas as situações sejam previstas e estejam claras.
Paralelamente, verifique a situação financeira do contratante nos órgãos de proteção ao crédito, sendo ele o responsável ou o próprio estudante. Isso evitará problemas no futuro.
16. Defina metas e acompanhe a evolução
Prepare seus relatórios e tenha métricas claras para avaliar inadimplência escolar mensal e acumulada, rolagem de dívida e PDD(Provisão para devedores duvidosos). No sistema Delta, a instituição pode ter suas métricas elencadas apresentadas em dashboards, que são painéis com informações e gráficos que mudam em tempo real e também receber avisos nesses painéis sobre eventuais métricas que não estejam em linha com o planejado.
17. Tenha uma política de Segurança
A análise de crédito feita de forma bem estruturada e com comprometimento, diminui drasticamente o índice de inadimplência escolar, já que a grande problemática não está na concessão de crédito concedido pelas empresas, mas sim à quem ela concede esses créditos.
Por isso a análise de crédito já é considerada como uma política de segurança nas instituições. A rigor, a escola não pode ser obrigada a contratar pais de alunos negativados. A recusa de contrato de pessoa negativada pode ocorrer em qualquer relação de consumo e não é diferente nas escolas.
Através da análise de crédito, as instituições tem as informações necessárias para saber o suficiente e entender quais clientes são melhores negócios e passam a fazer bons negócios com índices mais assertivos.
A mesma confiabilidade que você dá ao cliente ao lhe conceder um crédito, através da análise lhe dá uma maior segurança e liquidez para que a confiança seja recíproca.
Vale ressaltar que é preciso que as instituições busquem sempre uma empresa capacitada, como o Serasa Experian ou o Boa Vista, com as ferramentas necessárias para que a análise seja feita de forma responsável e desburocratizada.
Resumindo, para quebrar esse ciclo, só com educação e conscientização. No caso da inadimplência, que não deixa de ser um tipo de “atraso”, o antídoto é manter um canal de comunicação ativo com as famílias dos alunos.
O objetivo é educar essas pessoas a respeito de como a infraestrutura escolar, tão necessária ao processo de aprendizagem dos pequenos, depende da regularidade dos pagamentos. Além disso, é preciso deixar claro quais são os prejuízos causados pelos atrasos e como eles travam a engrenagem escolar, comprometendo seu funcionamento.
Uma sugestão é manter um blog associado à plataforma da escola, no qual matérias e artigos possam ser publicados esmiuçando essas questões. Visitas periódicas e guiadas ao ambiente também podem contribuir para despertar a consciência dos pais.
Para acabar com a inadimplência, é preciso se comunicar!
Como você deve ter percebido, reduzir a inadimplência escolar é uma tarefa que exige esforços simultâneos e constantes. Duas importantes iniciativas nesse sentido, destacadas ao longo do texto, são a comunicação com os pais dos alunos e a automatização da gestão financeira.
Para desenraizar a inadimplência, a escola deve empregar estratégias que neutralizem seus efeitos, mas que também tratem suas causas, caso contrário, ela continuará ocorrendo.
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